quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Dada I

Não me esconda estas lágrimas
por que ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas.

E a cor que me incendeia é a mesma dos teus olhos
que me acusam do que eu nunca senti,
que me falam do que eu jamais vivi.

E quando as tuas lágrimas se fundem em oceano
de medos, sentidos, desejos, arquejos,
é quando realmente eu tenho medo

E deixo transbordar,
sem demora,
a vida

Que me diz como não se deve amar
mas deixa de ensinar
tudo aquilo que preciso saber sobre o amor

Que é tão raro e tão fraco
e cuja graça perdura
florindo no amanhecer londrino.

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