Aconteceu. Não lembro bem se foi no meio das escadas ou dentro do elevador; não importa, na verdade. Só sei que com certeza foi em um desses dois espaços de transição, como sempre imaginei que seria, bem no meio, entre uma coisa e outra (que no fundo, não é uma coisa, nem outra).
Mas gostei assim mesmo. Desse ser e não-ser. Dessa certeza e incerteza. Desse amar e não-amar. Desse meio-termo que inventamos desde o início, “pra não complicar”.
No fim, sei que aconteceu. Enfim. E não sei se foi bom ou ruim. Se foi melhor ou pior. Se cumpriu as expectativas. O que importa, de verdade, é que já não é mais alguma coisa imaginária, impraticável, indizível, impossível.
Pronto. Aconteceu.
E agora? E agora… Agora nada. Agora espera. Agora deixa. Agora já foi.
Já passou…
Mas se passar de novo, não faço objeção.
Um comentário:
Achei brilhante a maneira que o texto termina no ar. Achei suave. Não sei explicar direito.
Enfim, gostei bastante.
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