quinta-feira, 15 de julho de 2010

Entre lembrar e esquecer

Foi tão rápido e tão vago que se não fico me lembrando a cada instante, quase esqueço que de fato aconteceu. E aconteceu mesmo? Ou foi apenas um sonho, mais um delírio para compor minha realidade imaginária?
Por outro lado, nem sei se é bom mesmo continuar lembrando. Não foi nada, na verdade. Aliás, nunca foi nada, não é mesmo? Melhor esquecer. Guardar numa caixa bonita e deixar escondido lá no fundo, num cantinho empoeirado. E talvez um dia, daqui a tantos anos, reabrir a caixa e verificar com alívio a concretização de um desejo passado.
E talvez... Talvez a profecia se cumpra e aquela caixa possa sair do canto empoeirado, receber nova pintura e poder abrigar as novas memórias que Vou tratar de esquecer... Pra quando lembrar, ter uma grande surpresa e poder rir e me deliciar com a descoberta.
Terei minha felicidade clandestina. Como naquele conto da Clarice.

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