quarta-feira, 23 de junho de 2010

Palavras Roubadas

Entrei pela janela aberta
E no seu quarto fui parar
Vi as folhas sobre a escrivaninha
A tinta ainda úmida sobre o papel:
branco, novo, cheiroso
Apanhei os escritos e guardei em minha mochila
Saltei a janela de novo e fugi

Você deu falta dos textos
Procurou suas histórias por todo lugar
Nunca pensou que alguém as pudesse roubar
E eu, quieto, mudo, sumido
Escondido lia suas palavras sem ao menos respirar

Você então descobriu
Foi até mim, correu
Me puxou pelo braço e perguntou:
"Foi você que roubou minhas histórias?"
Eu respondi "Sim, fui eu"
Você perguntou se foi por vingança
Vingança por ter me roubado as rosas
Eu respondi que não
Que tinha o mesmo fim:
ter você sempre perto de mim.

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