Ela estava na sala, consumida pela agonia. Os sentimentos não cabiam mais dentro de si. Uma ânsia de gritar e botar tudo pra fora; de correr sem ter rumo; de estar ali, mas com ele. Enlouquecia-a cada minuto que passava longe dele. Precisava fazer alguma coisa. A espera a consumia. Precisava fazer alguma coisa. Correu para a porta e a abriu de súbito.
- Por favor, não vai! Esquece tudo o que eu falei! Volta!
Ele estava ali, parado. Do jeito que ela o deixara quando fechara a porta na cara dele pouco antes.
- Eu nunca fui.
Abraçaram-se e beijaram-se desesperadamente, e logo não podia-se saber quem era um quem era outro.
Na manhã seguinte ela acordou na cama, nos braços dele. Ele já a fitava.
- O que aconteceu?
- Foi só um sonho ruim.
E voltaram a só ter sonhos bons.
Um comentário:
Gostei, gosto de sonhos, gostei da confusão de não saber quem é um e quem é outro.
Postar um comentário