domingo, 16 de agosto de 2009

Tristeza

A garganta fecha; busco desesperadamente por um pouco de ar.

Respiro, mas a cada expiração o vazio em meu peito aumenta, e percebo que não é só de ar que eu preciso.

Meus olhos ardem e ameaçam chorar, aumentando o nó na garganta que eu não consigo engolir.

Olho à minha volta e vejo que nada faz sentido. Fotos, livros, canetas, papéis, cabos, fios, tomadas, paredes. O quarto parece pequeno demais, estranho demais, alheio demais; sufoco.

E choro. E sofro. E me odeio pelas coisas que fiz. Pelas coisas que disse. E as que não disse.

Uma nuvem de problemas paira em torno da minha cabeça, pesando mais e mais a cada lágrima, a cada suspiro, a cada arfar por um pouco de paz.

Tento escapar da melancolia do silêncio e ponho o fone de ouvidos; deixo as músicas tocarem aleatoriamente. Irônico como as mais tristes chegam aos meus ouvidos, tornando impossível que eu me esqueça de tudo.

Aprecio as melodias que fazem brotar lágrimas de meus olhos e me concentro em me esquecer de mim; talvez seja mais fácil esquecer os problemas se eu conseguir esquecer a fonte deles.

Fecho os olhos e me transporto para outro mundo. Tento lembrar como é sorrir e ser feliz.

Mas algo sempre me traz de volta à realidade.

E tenho que começar tudo de novo.

Por alguns segundos de tranquilidade.

Nenhum comentário: