segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Censura

Hoje, mais do que nunca, tive vontade de entrar no mar. A água escura estava irresistivelmente convidativa sob a noite fresca de verão. Reparei nas ondas calmas alcançando a areia branca e vazia e quis sair correndo naquela vastidão, molhando os pés na água fria e espirrando-a para todo lado, depois mergulhando e apreciando a poesia do mar.

Mas não fiz nada disso. Continuei fitando a praia tristemente, impedida de fazer o que desejava por causa de minha censura pessoal, que me condenaria se voltasse para casa com os pés molhados e cheios de areia. Abandonamos o calçadão conversando, eu e papai, enquanto voltávamos para o apartamento, onde a vista do mar é ofuscada pela quantidade de prédios ao redor.

Um comentário:

Olívia B disse...

err... por que você ficou com medo? O.o
O mar é a coisa mais bonita que tem, cara. Adoro quando ele está de ressaca. Sempre acho que ele quer dizer alguma coisa, mas de forma silenciosa. Acho lindo o modo que a água debate sob os paredões rochosos da praia. Ela vai arrastando tudo o que está pelo caminho. Considero uma boa forma de esquecer nossos problemas, é só pensar que eles foram sugados pela imensidão. (: